O que é aterramento elétrico e para que serve?
Para quem está habituado ao universo da eletricidade, como engenheiros e eletricistas, a palavra aterramento é muito comum e bastante usual. Porém, para um leigo, ela soa estranha e parece não fazer muito sentido ao dia a dia. Mas pasme você, a verdade é que o aterramento está mais presente na rotina do que imagina.
Confira nesse artigo, que explica tudo sobre este sistema.
O sistema e seu funcionamento
O aterramento elétrico consiste em um conjunto de condutores ligados à terra, direcionando possíveis correntes de fuga para este ponto, impedindo danos a equipamentos e protegendo vidas. Importante ressaltar que tal direcionamento é feito através da conexão das massas (carcaças dos equipamentos) às instalações elétricas ligadas a um componente condutor, responsável por dispersar a corrente de fuga para a terra.
Resumindo, a principal função de um aterramento é proteger os equipamentos elétricos, as pessoas de choques e as instalações de incêndios, garantindo o bom funcionamento do sistema.
Agora que você já sabe o que é um aterramento, é necessário entender que há diferentes tipos. Confira!
Tipos de esquema de aterramento elétrico
O tipo de esquema de aterramento define como o aterramento é conectado à rede elétrica e às massas (carcaças dos equipamentos)
Esquema TN:
Possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, sendo as massas ligadas a esse ponto através de condutores de proteção. Este esquema possui três variantes de acordo com a disposição do condutor neutro e do condutor de proteção (terra), que são:
1. Esquema TN-S:
Este é o tipo de esquema aterramento exigido pela norma para residências, porque com ele é possível utilizar uma proteção econômica e segura (disjuntor e DR), para evitar que fugas de corrente causem choques elétricos. Nele, o condutor neutro e o condutor de proteção (terra) são distintos, sendo o neutro aterrado apenas na entrada e, utilizado para alimentar as cargas. Em paralelo, um outro condutor terra é conectado à carcaça dos equipamentos.
2. Esquema TN-C:
Apesar de menos seguro e não recomendado pela norma para instalações residenciais, ainda é muito usado. Neste esquema, as funções de neutro e de proteção (terra) são combinadas em um único condutor em toda a instalação, tornando-o o mais barato de todos, porém a proteção é menos eficiente, sendo assim, seu uso é restrito e permitido em poucos tipos de instalação elétrica.
3. Esquema TN-C-S
Esse tipo de esquema é uma combinação dos dois anteriores. Neste caso, o neutro e o terra são combinados em um único condutor em uma parte da instalação. A partir deste ponto, os condutores são separados, seguindo em dois cabos distintos no restante sistema. Quando bem projetado, se torna eficiente em termos de proteção e também de custo.
Esquema TT:
Este esquema possui dois aterramentos distintos, um para a alimentação que é diretamente aterrada, e outro para as massas dos equipamentos, ou seja, rede elétrica e componentes são aterrados em pontos diferentes. Esse esquema é usado em aplicações industriais específicas e vários cuidados devem ser tomados para que as proteções funcionem corretamente, por isso, não pode ser usado para qualquer tipo de aplicação.
Esquema IT:
Este esquema possui um único aterramento que é ligado diretamente às massas dos equipamentos, a conexão com o neutro se divide em dois grupos:
1. Esquema IT aterrado por resistor
O neutro é aterrado através de um resistor, com isso, quando uma baixa isolação ocorre a corrente de fuga é pequena, pois o resistor limita seu valor. Esse tipo de configuração é amplamente utilizado em alguns tipos de aplicação industrial.
2. Esquema IT não aterrado
Nesse caso, não há qualquer conexão entre o neutro (ou qualquer ponto da alimentação) e o aterramento. A grande vantagem desta configuração é que a primeira falha não gera nenhuma corrente de fuga, porém seu monitoramento é mais caro e deve ser feito por DSI (Dispositivo Supervisor de Isolamento). Esse esquema é muito seguro, usado em áreas críticas hospitalares e industriais.